segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Módulo V: Práticas Pedagógicas Inclusivas



Atividade a CURSO IFSP PARA TOD@S

Módulo V: Práticas Pedagógicas Inclusivas

Atividade Avaliativa – 28/02/2017
Sebastião Raimundo Campos

Assisti a um programa da UNIVESPTV dia 14 de dezembro de 2016, as 18:00, interessei-me pelo assunto e lembrei-me da atividade a ser feita no Módulo Práticas Pedagógicas Inclusivas. Abaixo segue a imagem que depois pesquisei. Também gostei muito da imagem em que aparece uma menininha com as mãos cheias de tinta de várias cores, fazendo pose e decidi incluir.


  
Maquete formada por uma caixa deovos cortada ao meio e bolinhas de ping pong para ensinar a formação da cela Braille



1         #PraCegoVer
Caixa de ovos na cor verde e 04 bolas de ping pong ajudam a entender o código braile, cujas letras são escritas em cela braile. Os dedos ‘sentem’os espaços vazios e os que contêm as bolas na caixa de ovos.
Com a experiência do tato é possível entender a formação das letras em código braile.





2    #PraCegoVer Inclusão significa dar liberdade. Uma criança com as 02 mãos espalmadas abertas na frente do rosto completamente “sujas” de tintas misturadas fazendo arte de modo que os dedos polegar da mão direita (palma para frente) cola no indicador da mão esquerda e o indicador da mão esquerda (dorso na frente)  no polegar da mão direita, formando um espaço em que estão  enquadrados seus dois olhos azuis bem abertas  e seu nariz. A menina de 04 anos de idade loirinha, cabelos castanho compridos amarrados com maria chiquinha cor-de-rosa, usa camisa verde de manga curta.
Ao fundo um painel desfocado com letras, desenhos e outras artes das demais crianças.


Pesquisa de Práticas pedagógicas inclusivas
https://edutec.unesp.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2395:braille-codigo-tatil-de-leitura-e-escrita&catid=26&Itemid=110&lang=pt-br
Disciplina do Redefor visa contribuir na atuação do educador junto a estudantes com deficiência visual.
“Um ponto do sistema braile fez mais para o cego que mil obras de caridade”. A frase, de autoria de Lev Vigotski e citada pelo professor autor do programa Redefor, Eder Pires de Camargo, exemplifica a importância do sistema Braille, tema da disciplina vigente no curso de especialização em Educação Especial na área de Deficiência Visual.
Segundo ele, o Braille inseriu o cego, definitivamente, no mundo da leitura e da escrita, e consequentemente no trabalho e na vida social. Justamente por isso, é extremamente importante que os educadores tenham conhecimento do sistema para atuar frente ao processo de ensino e aprendizagem de alunos cegos matriculados na rede regular de ensino.
“Esperamos que o cursista adquira conhecimentos, ao final da disciplina, sobre leitura e escrita braile para poder realizar processos de adaptações de materiais aos alunos com deficiência visual e poder ter acesso aos conteúdos escritos por eles”, afirma Eder. Para isso, ele e o professor Edval Rodrigues de Viveiros, autores da disciplina 9, “Braille: Código Tátil de Leitura e Escrita”, prepararam essa nova etapa em diversas frentes. Foram intercaladas leituras, videoaulas e estágios para envolver o cursista em um processo ativo de aprendizagem prática do Braille.
Os cinco vídeos produzidos em parceria com a Equipe de Produção Audiovisual do NEaD serão fundamentais nesse processo, pois apresentarão a formação das letras do alfabeto na Cela Braille; a escrita por meio do Punção¹ e das Regletes Convencional² e Positiva³; como diferenciar as letras maiúsculas das minúsculas e como é feita a acentuação. Além disso, os cursistas irão aprender sobre o histórico dos equipamentos de Tecnologia Assistiva para a escrita e acompanhar o trabalho de produção de materiais impressos em Braille por meio de uma reportagem especial produzida na Fundação Dorina Nowill.
“Dessa forma, buscamos contribuir com discussões e reflexões teóricas e práticas sobre esse importante conteúdo da área da deficiência visual”, finaliza Eder.
Assista a uma das videoaulas da disciplina em https://www.youtube.com/watch?v=roCdIfE92I0.
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¹ - A Reglete Positiva permite a escrita braile da esquerda para a direita, no mesmo sentido em que ocorre a leitura.
² - A Reglete Convencional, da direita para a esquerda.
³ - O Punção é um instrumento com uma base de apoio e uma ponteira metálica, utilizado na escrita Braille junto a Reglete para a pessoa com deficiência visual demarcar no papel os pontos da cela Braille.



















           2) Como ensinar física para quem não enxerga
03/09/2013 09h02
Professor cego mostra em livro como ensinar física para quem não enxerga
Eder Camargo pesquisa formas não visuais de ajudar no ensino da matéria.
Ele perdeu visão aos 9 anos e hoje tem pós-doutorado pela Unesp.

 


 #PRACEGOVER: com pedaços de plástico e diferentes tipos de barbante é possível criar modelos táteis pra ensinar conceitos de óptica


Com pedaços de plástico e diferentes tipos de barbante é possível criar modelos táteis para ensinar conceitos de óptica, explica o professor Eder Camargo, da Unesp
O professor de educação para a ciência Eder Pires de Camargo, que dá aulas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), reuniu em um e-book ferramentas úteis para professores ensinarem física a alunos que não enxergam. Lançado neste ano pela Editora Unesp, o livro avalia os obstáculos para incluir os estudantes cegos no aprendizado de conhecimentos como óptica, eletromagnetismo, mecânica, termodinâmica e física moderna, e sugere formas de viabilizar a participação e o entendimento desses alunos. O livro pode ser acessado gratuitamente pela internet.
Em entrevista ao G1, Camargo explicou que este é o terceiro livro produzido por ele a respeito da educação inclusiva de conteúdos de física. Seu quarto livro, no qual ele pretende propor modelos teóricos para melhorar a formação dos professores nesta área, já está nos planos.
Desde 2007, ele dá aulas na Unesp para futuros professores de física e afirma que já tem obtido resultados interessantes. O professor explica que decidiu pesquisar o tema, entre outros motivos, porque perdeu a visão a partir dos 9 anos de idade. Além disso, "em ordem primeira de importância, este é tema de grande necessidade social", disse o professor.
"Pensei em estudar formas de ensinar física para um aluno com a mesma deficiência que a minha, para facilitar o acesso desse aluno a um tipo de conteúdo amplamente relacionado à visão, não que em sua natureza seja, mas por uma cultura de videntes esta área do conhecimento acabou sendo tornada dependente da visão", afirmou Camargo. Hoje, aos 40 anos, ele tem pós-doutorado e dá aulas na graduação e pós-graduação da Unesp em Bauru e em Ilha Solteira.
O livro é resultado da pesquisa de pós-doutorado do professor, realizada a partir de 2005 sob a supervisão do professor Roberto Nardi, da Unesp de Bauru. Ele tenta driblar costumes que estão enraizados na dinâmica de uma sala de aula, onde o professor usa ao mesmo tempo sua fala e a informação visual para se comunicar com os alunos. "Se utiliza muito um tipo de linguagem que envolve o áudio e a visualização simultânea da informação. Por exemplo: 'note as características desse gráfico' (professor indica o gráfico na lousa), 'isto mais isto dá isto' (indica a equação)", explicou ele.
Dessa forma, segundo Camargo, o estudante cego não consegue participar da aula e sequer tem condições para formular perguntas a respeito do que está sendo ensinado, porque só tem acesso parcial ao conteúdo. "Mais de 90% dos momentos de comunicação em sala de aula de física utilizam o perfil que descrevi. Nisto reside uma parte das dificuldades enfrentadas pelo aluno cego."
Segundo ele, não há soluções definitivas para ensinar todos os conteúdos de física para quem não vê, mas é preciso dar mais atenção a outros canais de comunicação. "De um lado, não podemos comunicar coisas estritamente visuais a um cego total de nascimento. Contudo, de outro, nos faz pensar que as outras experiências (táteis, auditivas etc) são fundamentais para a construção de realidade, pois, pelo contrário, como estaria o cego no  mundo? Ele é um individuo que está ai, pensa, vive e muito bem sem a visão."


 



Camargo decidiu estudar a educação inclusive em física porque, além de ele não enxergar desde os
9 anos, ele afirma que, "em ordem primeira de importância, este é tema de grande necessidade
social" (Foto: Arquivo pessoal/Paulo Maciel)
Metodologia
Para entender como superar esse obstáculo, ele passou um ano coletando dados com a ajuda de estudantes de licenciatura em física e 35 alunos videntes e dois cegos. "Na primeira parte, desafiamos futuros professores de física da Unesp de Bauru a planejarem materiais e atividades de ensino de física adequadas para a participação de alunos com e sem deficiência visual. Na segunda parte da pesquisa, esses futuros professores aplicaram módulos de ensino de física sobre cinco temas. O curso todo levou 80 horas."
As aulas foram gravadas em vídeo e, depois do curso, todos os participantes da pesquisa foram entrevistados. "A análise desses materiais foi realizada durante os outros anos da pesquisa, 2006 a 2009", explicou Camargo.
Não sei por que, depois de um tempo, na escola tudo se torna enlatado em livros e lousa e giz, de tal forma que toda aquela criatividade do ensino infantil é esquecida"
Eder Pires de Camargo - professor da Unesp
Segundo ele, uma das formas pelas quais é possível driblar os hábitos de comunicação excludente na sala de aula é ensinando por meio de maquetes táteis. Ao transferir o conteúdo dos gráficos e esquemas da lousa para um modelo 3D, não só é possível incluir os alunos cegos, mas a ferramenta também pode facilitar o processo de aprendizado dos colegas videntes, além de incentivar a interação entres os alunos.
Outros materiais que podem ser usados são barbante, arame, massa de modelar, isopor e pregos, entre outros. "Não sei por que, depois de um tempo, na escola tudo se torna enlatado em livros e lousa e giz, de tal forma que toda aquela criatividade do ensino infantil é esquecida. Não estou dizendo contra livros e lousa, e sim criticando seus usos exclusivos", afirmou Camargo.b Além disso, outra diferença nos hábitos do professor, na hora de pensar em como dar uma aula acessível para quem não consegue enxergar, é a necessidade de planejamento com maior antecedência. Isso permite a construção dos modelos adequados para o ensino do conteúdo específico da aula. Por isso, ele defende que, além do incentivo à formação qualificada do professor, é preciso que o governo dê, no caso das escolas públicas, a infraestrutura necessária para que o trabalho seja feito.  
Na opinião do professor, essas condições ainda não são satisfatórias. Mas Camargo defende que de nada adianta constatar o estado das coisas hoje, principalmente considerando o sistema atual de ensino. "Eu diria que torna-se muito complexo e contraditório falar em inclusão no atual modelo de escola e sociedade, cujo ensinamento central é a competitividade e o acúmulo, valores divergentes aos apregoados pela inclusão.
Por isto, é preciso falar em inclusão em seu sentido prospectivo, porque a inclusão não está pronta, constituindo uma meta a ser atingida, uma meta de uma nova sociedade e de um novo modelo social."
Descrição: A coleta de dados da pesquisa do professor da Unesp foi feita durante um ano e contou com a participação de estudantes de licenciatura e alunos videntes e cegos (Foto: Arquivo pessoal/Paulo Maciel)